Foragido, PM apontado como integrante de grupo de extermínio do Recife se entrega à polícia

Foragido, PM se entregou nesta terça
Foto: Anderson Stevens/Arquivo Folha PE

O policial militar do 11º Batalhão Cláudio Melo, de 38 anos, que foi apontado, pela Polícia Civil de Pernambuco, como o executor do ex-Thundercats Luciano Pereira da Silva, de 38 anos, conhecido como Lúcio Bomba, se entregou à polícia na manhã desta terça-feira (21). O mandado de prisão em desfavor do cabo Cláudio pelo homicídio de Lúcio Bomba e também pela tentativa de homicídio contra o PM do 16º Batalhão Eduardo Leite da Silva, de 30 anos, havia sido expedido no último dia 14. 

O crime aconteceu no último dia 9, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife. Um dia após o crime, o cabo Cláudio se apresentou à Polícia Civil. Na época, ele foi autuado em flagrante, mas foi liberado em audiência de custódia. Ele, no entanto, passou a ser considerado foragido, segundo o chefe da PCPE, Joselito Kehrle do Amaral. Na última sexta-feira (24), Kehrle havia dito, durante coletiva de imprensa, que se o PM não se apresentasse, em 30 dias, seria expulso da corporação por deserção. 

Na ocasião, o gestor informou que o militar era integrante de um grupo de extermínio que atua no bairro do Vasco da Gama, também na Zona Norte da Capital pernambucana, e que é liderado por Marcos Antônio Souza, conhecido como Galo, de 49 anos, que também está foragido. Além do cabo Cláudio e de Galo, outros três homens também estão sendo procurados pela polícia. A milícia é responsável por cometer, pelo menos, oito assassinatos entre dezembro de 2016 e março de 2017. 

O Delegado Alfredo Jorge, que preside as investigações, na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, esclareceu algumas dúvidas em uma coletiva nesta terça sobre a prisão do cabo Claudio melo, do 16º BPM, que está atualmente detido no Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife durante as investigações.

Segundo o delegado, Claudio permaneceu em silêncio durante todo o depoimento na manhã desta terça-feira (21). Porém, de acordo com o delegado, o suspeito ainda possui 30 dias de prisão temporária, e neste período pode colaborar com a polícia dando uma delação premiada, e assim ter acesso a alguns benefícios. Caso o suspeito não aceite falar, será transferido para o penitenciária federal de Catanduvas, que fica no Paraná. As informações que o suspeito possa vir a dar são sigilosas para resguardar o curso da investigação.

Na coletiva, o delegado também afirmou que foi identificado, desde o início da participação, cinco pessoas no atentado. Preliminarmente já tinham sido apontados oito homicídios com participação de integrantes do grupo. A polícia espera que durante a investigação sejam descobertos outros homicídios cometidos na Zona Norte do Recife.

Grupos de extermínio
O delegado Joselito Kehrle do Amaral explicou que a execução que ocorreu no bairro de Campo Grande, foi motivada por uma disputa entre dois grupos de extermínio que atuam na Zona Norte do Recife. O embate entre os bandos liderados por "Galo" e "Bomba" resultou no assassinato do ex-presidiário Luciano Pereira da Silva, conhecido como Lúcio da Bomba, e na tentativa de homicídio do policial militar do 16º Batalhão Eduardo Leite da Silva, de 30 anos. 

Os detalhes da investigação policial foram apresentados, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Na ocasião, Kehrle informou que o objetivo do Pacto Pela Vida, agora, é prender quem mata mais. "Quem mata mais? Os integrantes dos grupos de extermínio, associações criminosas e organizações criminosas", relatou Kehrle.

Mortes
As mortes entre os grupos rivais foram ocasionadas, segundo o delegado Alfredo Jorge, por conta de uma prisão no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Na ocasião, o comerciante André Duarte, o Deco, de 42 anos, foi preso, assim como o policial militar reformado Ladiel Florêncio de Souza, de 47 anos. 

Ladiel, no entanto, pagou fiança e foi liberado. Os dois acabaram sendo assassinados pouco tempo depois. Ladiel foi morto no dia 26 de agosto de 2016, na rua Córrego do Bartolomeu, no bairro da Bomba do Hemetério. Deco foi morto dias antes, no dia 16 de agosto, na avenida Norte, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife.

Informações: Folha PE
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